Cidades sustentáveis na Amazônia: Pathways for Resilient Futures (Caminhos para Futuros Resilientes)
Por ocasião do Fórum de Líderes Locais da COP30o Painel Científico para a Amazônia (SPA)a primeira iniciativa científica de alto nível dedicada à Amazônia, lançará um Policy Brief intitulado "Cidades Sustentáveis na Amazônia". O evento virtual tem como objetivo promover o diálogo sobre como suas recomendações de políticas podem inspirar investimentos em planejamento, infraestrutura e desenvolvimento de cidades sustentáveis em toda a região. A mensagem principal é ressaltar o papel das cidades como principais impulsionadoras do desenvolvimento sustentável, da resiliência climática e da conservação biocultural na Amazônia.
Essa nova publicação da SPA destaca que a Amazônia tem sido ocupada há pelo menos 14.000 anos, com seus assentamentos mais antigos datando de quase 5.000 anos e seus complexos urbanos mais antigos de pelo menos 2.000 anos. Essas cidades antigas estão bem adaptadas a seus ambientes e oferecem modelos valiosos para o desenvolvimento urbano sustentável e resiliente ao clima na região.
Atualmente, mais de 40 milhões de pessoas vivem no bioma amazônico, sendo 70% em cidades. A maioria das cidades é pequena, sendo que quase 80% delas têm menos de 20.000 habitantes. Esses centros urbanos estão se expandindo em um ritmo mais rápido do que as médias nacionais, remodelando as paisagens e apresentando novos desafios de governança, infraestrutura e inclusão social. Ao mesmo tempo, as cidades oferecem oportunidades de inovação, resiliência e co-desenvolvimento de sociobioeconomias justas que se alinham às metas climáticas e de biodiversidade.
Garantir a sustentabilidade das cidades amazônicas é essencial para um futuro resiliente que integre as dimensões sociais, culturais e ecológicas. "O que acontece nas cidades amazônicas é importante para todo o planeta. Investir em caminhos urbanos sustentáveis e inclusivos não é apenas uma prioridade regional - é um imperativo global para a resiliência climática e a conservação da biodiversidade, e para promover um desenvolvimento sustentável transformador nos países de florestas tropicais", disse Emma Torres, Coordenadora Estratégica do Painel Científico para a Amazônia (SPA). O Policy Brief apresenta um conjunto de recomendações importantes, incluindo:
Incorporar sistemas indígenas e locais de planejamento, garantir direitos coletivos de propriedade da terra e apoiar o planejamento ambiental integrado para diversos modelos de assentamento.
Reconhecer e apoiar cidades amazônicas sustentáveis como sistemas agroecológicos dinâmicos, muitas vezes anfíbios, e como centros de inovação pluricultural.
Promover infraestrutura inclusiva e descentralizada e melhorias habitacionais in situ em áreas com risco mitigável, ao mesmo tempo em que se investe em sistemas de saúde, educação e gerenciamento de resíduos adaptáveis e em várias escalas.
Estabelecer sistemas de gerenciamento de água e resíduos descentralizados e baseados na natureza e apoiar a energia renovável fora da rede em pequena e média escala.
Co-projetar casas econômicas inspiradas na arquitetura vernacular, usando biomateriais locais certificados e rastreáveis, e padronizar normas.
Desenvolver sistemas colaborativos que conectem mecanismos financeiros complexos a projetos comunitários, aproveitando as universidades como incubadoras e apoio jurídico.
Fortalecer as cidades com uma governança organicamente estruturada, alinhada aos princípios ambientais e aos esforços coletivos em busca de soluções urbanas sustentáveis.
As principais mensagens e recomendações do Policy Brief apresentam um roteiro para transformar as cidades amazônicas em espaços urbanos resilientes, inclusivos e sustentáveis. Ao lançar a publicação juntamente com o Fórum de Líderes Locais - que reúne prefeitos, governadores e líderes subnacionais de todo o mundo para promover soluções climáticas locais - a sessão situará a sustentabilidade urbana amazônica dentro da conversa global sobre cidades e ação climática.
O planejamento urbano pode sustentar a conectividade amazônica, superar desigualdades históricas e promover uma nova narrativa para a região: uma narrativa em que as cidades amazônicas se tornem pilares da resiliência climática e do desenvolvimento sustentável. Com a COP30 marcada para começar em Belém poucos dias depois, o lançamento deste Policy Brief oferece uma oportunidade oportuna para avançar o diálogo sobre as vias urbanas e seu papel na mitigação das mudanças climáticas. Ao colocar as cidades amazônicas no centro dessas discussões, o SPA pretende informar e inspirar a primeira COP da Amazônia, garantindo que o desenvolvimento urbano sustentável, inclusivo e resiliente ao clima seja reconhecido como essencial para o futuro da região e do mundo.
Registre-se para o evento: https://spa.eventos.puc-rio.br