A SPA, a SDSN Caribe e a SDSN Juventude realizam webinar com vozes de jovens da Amazônia e do Caribe antes da COP30

Escrito por: Jing-Yi Sutherland, estagiária do programa de redes

Em 9 de outubro de 2025, o Painel Científico para a Amazônia (SPA), SDSN Caribee SDSN Youth organizaram um webinar antes da 30ª Conferência das Partes (COP30), conectando jovens líderes da Amazônia e do Caribe para discutir justiça climática, soluções regionais e prioridades da COP30. O evento reuniu diversas perspectivas sobre como os jovens, a ciência e as políticas podem trabalhar em conjunto para acelerar as políticas climáticas globais. 

A sessão começou com os comentários de abertura da Gerente de Programas da SPA, Julie Topf, que apresentou várias iniciativas importantes dos programas participantes. Ela destacou as iniciativas recentes da o SPA, incluindo o lançamento do Curso Online Aberto e Massivo (MOOC) "A Amazônia Viva" e o Comitê Consultivo de Jovens (YAC), que tem como objetivo apoiar o envolvimento dos jovens na ciência e na política para a conservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia. 

O webinar contou com a participação de três jovens líderes dinâmicos das regiões do Caribe e da Amazônia:

  • Dorain Clarke, fundadora da Youth Climate Voice Caribbean (Jamaica)

  • Maryane Andrade, Membro doComitê Consultivo de Jovens da o SPA (Brasil)

  • Suphane Dash-Alleyne, Coordenador Nacional, Caribbean Youth Environment Network (Guiana)

Juntos, eles refletiram sobre a ação climática que esperam ver na COP30, o apoio que os jovens precisam dos governos e das organizações e as maneiras pelas quais a criatividade e o conhecimento cultural podem fortalecer a ação climática baseada na comunidade.

Prioridades dos jovens para a COP30

Abrindo a discussão, Clarke pediu que a COP30 tornasse o financiamento climático rápido, justo e adequado ao propósito. "O financiamento deve ser acessível e local", disse ela, enfatizando que os recursos devem chegar diretamente às comunidades para causar um impacto real. Ela enfatizou a importância de um equilíbrio 50/50 entre adaptação e mitigação e da definição de metas claras e mensuráveis que apoiem iniciativas climáticas lideradas por jovens. 

Andrade destacou a necessidade de parcerias intersetoriais, enfatizando que "é impossível encontrar uma solução sozinho". Ela pediu que os jovens não sejam tratados como participantes simbólicos, mas como colaboradores essenciais que trazem criatividade e inovação para a mesa. "Se os jovens tiverem um lugar à mesa", acrescentou, "podemos fazer uma diferença real em nossas comunidades".

Dash-Alleyne refletiu sobre o poder da mobilização, citando demonstrações ambientais bem-sucedidas que influenciaram a atenção do governo no Caribe. Ela enfatizou o papel das tecnologias inovadoras e do envolvimento da comunidade no avanço das estratégias de adaptação, observando que "muitos jovens já estão trabalhando em espaços ambientais e ministeriais - o que precisamos é de maior coordenação e apoio". 

Capacitação e áreas de oportunidade

Quando questionados sobre o apoio que está faltando por parte dos governos e das instituições, os participantes do painel apontaram a falta de oportunidades acessíveis e sustentáveis para o envolvimento dos jovens na ação climática.

Andrade destacou o desafio de manter um emprego estável enquanto trabalha em causas ambientais: "Muitos de nós estão fazendo trabalho climático de forma voluntária", disse ela. "É preciso que haja mais cargos remunerados para os jovens nesse campo."

Dash-Alleyne ressaltou a necessidade de capacitação de longo prazo, sugerindo programas estruturados voltados para o treinamento de habilidades, melhor apoio financeiro para a educação e acessibilidade dos jovens. "Precisamos ir até aqueles que podem ajudar a derrubar essas barreiras e financiar oportunidades para os jovens", acrescentou.

Clarke propôs uma abordagem mais sistêmica: incorporar os comitês consultivos de jovens à legislação para garantir que a participação dos jovens não seja apenas simbólica, mas também uma prova de que os jovens são verdadeiros agentes de mudança impactantes. "Não queremos ser convidados para a mesa. Queremos que nossas ideias sejam implementadas", disse ela.

Criatividade e conhecimento indígena na ação climática

Em um segmento posterior, a discussão se voltou para o engajamento criativo e comunitário como principais impulsionadores da ação climática.

Clarke propôs a criação de um Laboratório de Inovação Comunitária, um espaço para os jovens criarem protótipos de soluções de baixo custo e apresentarem seus projetos e pesquisas. 

Dash-Alleyne enfatizou que algumas das estratégias de conservação mais inovadoras vêm dos sistemas de conhecimento local e indígena. Ela pediu mais plataformas em que os jovens e as comunidades indígenas possam colaborar, compartilhar e mostrar seu trabalho, enfatizando o papel da narração de histórias e da mídia criativa na mobilização de ações. 

Momento colaborativo e próximas etapas

A sessão foi concluída com uma sessão de perguntas e respostas, em que os participantes se envolveram diretamente com os palestrantes. Topf reafirmou o compromisso da SDSN com o fortalecimento da liderança dos jovens na ação climática. 

A discussão mostrou como a parceria, a criatividade e o conhecimento cultural estão no centro da resiliência climática da Amazônia e do Caribe. Ao integrar as perspectivas dos jovens à governança e às políticas, a região pode construir um futuro mais inclusivo, sustentável e equitativo. Um futuro que garanta que as vozes dos jovens não sejam apenas ouvidas, mas que realmente moldem o caminho para a COP30 e além.


Assista novamente ao webinar no canal da SDSN no YouTubee saiba mais sobre o Painel Científico para a Amazônia, SDSN Caribee SDSN Juventude.

Explore o Centro de recursos da COP30 para explorar as principais questões, as chamadas para ação da SDSN, eventos e recursos relevantes.

Próximo
Próximo

A RAISG e a SPA contribuem com conhecimentos fundamentais para o relatório parlamentar para uma Amazônia livre de combustíveis fósseis